Teresa D’Ávila, Teresa de Jesus ou Teresa, a Grande, nasceu na regiãSanta Teresa Zurbarán_.jpgo de Castela (Espanha), em Ávila. Tudo que se tem a dizer sobre ela é extraordinário, e sua festa é celebrada no dia 15 de outubro. Ela viveu e ensinou a oração pessoal como sendo a busca de uma intimidade maior com Deus, eis que conviveu misticamente com Ele. Ultrapassando os limites de si mesma, ela foi mais além: foi Santa. Seu coração permanece intacto, colocado num escrínio em Alba de Tormes, onde morreu. 

Desde menina Teresa gostava de ler história da vida de santos. Acompanhava-lhe neste gosto seu irmão Rodrigo que tinha idade próxima da dela. Os dois admiravam em conjunto a coragem e heroísmo dos santos na luta pela conquista da glória eterna. E porque os admirava, os dois tinham seus pensamentos sempre colocados na eternidade onde os bem-aventurados já viviam.

Sua mãe, Dona Beatriz, morreu quando Teresa tinha quatorze anos: “quando me dei conta da perda que sofrera, comecei a entristecer-me. Então me dirigi a uma imagem de Nossa Senhora e supliquei com muitas lágrimas que me tomasse como sua filha”, disse ela.

Possuidora de uma alma verdadeiramente católica, Santa Teresa reformou o Carmelo, constituindo um dos principais elementos da Contra-Reforma. As religiosas não se davam conta de que o seu modo de vida estava muito distante do espírito de seus fundadores. De fato, uma reforma era necessária. E isso não foi uma tarefa fácil. Logo no início,  as incompreensões foram enormes, as desconfianças se espalharam e os comentários e as oposições cresceram. Se a reforma não fosse uma obra querida por Deus, não teria vingado, e morreria em seu nascedouro.

Quando em uma instituição algo não anda bem, a solução é reformá-la. Não é destruí-la: não se apaga a mecha que ainda fumega… Teresa pensava assim e foi o que ela se propôs a fazer.  Falando para suas irmãs do Carmelo, Teresa ensinava-lhes a rezar e dava-lhes recomendações.

Convento de Santa Teresa

Os mosteiros fundados sob inspiração da reforma influenciada por Teresa não eram simplesmente um refúgio, um descanso para as almas contemplativas, cumpridoras das regras e que procuravam apenas a santificação pessoal. Eles sempre foram uma “escola de amor de Deus” que se espalhava não só pelos outros mosteiros, mas que influenciavam almas fora deles. O viver a vida religiosa reformada influenciou a vida para além dos muros dos mosteiros. Um novo estado de espírito difundiu-se pela sociedade toda.

Esse modo radical de viver logo atraiu muitas novas vocações. Quando Santa Teresa entrou na eternidade, em 1582, deixou fundados mais de 20 mosteiros do ramo reformado, femininos e masculinos. E assim, como sempre acontece com aqueles muito chamados, a árvore por ela plantada continuou, após sua morte, dando inestimáveis frutos para a Igreja nos cinco continentes.